quinta-feira, 9 de maio de 2013

Cicloturismo São Paulo à Paraty-RJ. Via Salesópolis e litoral norte.

Olá pessoal, desta vez seguimos para Paraty-RJ.
Retornamos à cidade de Paraty, no meu caso após 2 anos, sendo da primeira vez fomos por Guaratingueta e Cunha, como relato aqui neste link http://adhocbikers2.blogspot.com.br/2011/06/pedal-interestadual-sao-paulo-sp-paraty.html
Agora, seguimos via litoral, perfazendo em 3 dias este intento almejado.

Levantamos bem cedo, na quarta-feira de feriado do dia do trabalhador(1/05). O Paulo e o seu Geraldo vieram para minha casa na zona leste, aqui próximo da Vila Prudente, no dia anterior. Saímos em direção a estação de trem Itaquera o que dá 14km de minha casa, aonde embarcamos rumo a estação Estudantes em Mogi das Cruzes. Estava também a Bia, era a primeira cicloviagem dela rompendo os 300km pedalados e o Fran, que encontraríamos posteriormente.
Descemos na estação em Mogi, seguimos sentido Biritiba Mirim, aonde vimos vários pescadores no Rio Tietê. Em Salesópolis encontramos o Fran, mais um colega cicloturista. O Fran é indio(apesar de não ser parecido), amazonense e conhece tudo de natureza, além de ser professor de matemática é um exímio pedagogo.
A neblina diminuía nossa visão, a neblina de outono é indicativo de que o dia seria muito quente, em Biritiba Mirim paramos para tomar café, fazia um friozinho pela manhã. Em Salesópolis, passamos pela "Senzala", uma casa de pau a pique que existe bem no trecho da tal "Rota Dória", a rota dos escravos.
Quando passamos pela entrada da Estrada da Petrobrás, percebi que algo de estranho acontecia na bike da Bia, um barulho muito esquisito, fiquei apreensivo pois ela vinha em um ritmo muito bom e de repente ela começou a dar uma sofrida no pedal. Antes do Bairro do Cedro, parei para analisar a bike dela, a roda estava "amarrada", soltei o v-brake e a roda continuava amarrada, foi aí que vi o cubo travado, rodando o eixo inteiro, comendo o quadro... que dó. Pensei um primeiro momento desistir e voltarmos para casa, mas olhando pra ela, percebi a vontade dela em seus olhos e resolvi de prosseguir a cicloviagem, e se desistissemos ali seria muito frustante para ela. Afrouxei a blocagem da roda e a deixei livre justamente para aliviar o desgaste do quadro, com o peso da bagagem, possivelmente a roda ficaria apoiada e não sairia, fomos assim até Caraguatatuba.











Rio Tietê



























Chegamos em Caragua já no começo da noite, estávamos cansados após ter pedalado 130km, e a Bia sempre firme e forte. Ficamos na casa do sogro do seu Geraldo, chegando lá já fizemos amizade com um membro muito ilustre, o "Cotoco", um gatinho muito manso que tinha lá. A fome apertou, pedimos uma pizza partilhamos e logo fomos dormir.
Levantamos bem cedo, às 08hs já estavamos na JBike, bicicletaria que já conhecia por comprar peças online. O representante da loja estava lá, porém, não era mecânico e os mecânicos só chegariam às 09:30. Pedia à ele que se eu pudesse usar a oficina e as ferramentas e com muita boa vontade ele deixou. Vi que o parafuso do freehub tinha soltado e pressionava as esferas as travando. Tive de remover o eixo com uma serrinha e trocá-lo. Enfim, às 09:00 a bike estava pronta com um eixo novo. Agradeço aqui em nome dos AdHocBikers o apoio da JBike Caraguatatuba.
O sol já apertava e tínhamos 65km pela frente neste dia, porém o visual compensava qualquer inconveniência.
Chegamos em Ubatuba e almoçamos. Devido ao cansaço, decidimos em primeiro momento ficarmos em um camping ali mesmo na Praia Grande em Ubatuba, mas o camping estava em manutenção. Tivemos de seguir para a praia de Itamambuca a 13km dali, ficamos no Aloha Surf Camping, fomos muito bem atendidos e dormimos no chalé a 30 reais por pessoa, recomendadíssimo. Aos que querem ir de barracas, recomendo que levem lonas para forrar o chão, pois é de pedrinhas e pode furar o chão da barraca.





























Dormi feito uma criança, às 04:30 estávamos acordados, tomamos café e às 06:00 já na estrada. Vimos o nascer do sol à beira mar, magnífico.
O trecho de Ubatuba à Paraty é o mais bonito, ainda somando a brisa do mar no rosto e velocidade ideal para contemplação da natureza, em cima da bike.





















Pedalamos sem fazer parada por praticamente 22km, todos concentrados e aproveitando para esticar a quilometragem por causa do sol, ao qual já estava começando a fritar. Chegamos em uma pequena choupana em que tomamos um cafezinho.
Seguimos mais uns 15km até a Cachoeira da Escada, na divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Engraçado que tinha uma escultura de uma índia nas pedras... bem místico.
A água gelada renovou nossa musculatura, parecia que estava começando a pedalar dali mesmo. Chegamos à divisa SP/RJ e logo estávamos em Paraty-RJ.  





























Fomos até o Camping Clube Brasil(CCB) na Praia do Pontal que estava lotado, preferimos ir para o Camping Jabaquara ao qual ficamos por lá no sossego.




Montamos nossa barraca, curtimos o restante de tarde na praia do Jabaquara, compramos algumas coisinhas em um mercadinho por ali e fizemos um cachorro quente. Fomos dormir, pois estavamos cansados e o outro dia prometia. Levantamos cedo, preparamos um café. O Fran necessitava voltar para São Paulo neaquele momento e a gente deu descanso às bikes. Seguimos para Trindade de onibus, curtimos todas as praias de lá.














Chegamos a tempo da missa na igreja histórica de Nossa Senhora dos Remédios, no centro de Paraty-RJ. Foi minha 2° comunhão, que privilégio.




Da igreja fomos passar pela cidade e comemos uma pizza. Seguimos para o camping.
Eu e a Bia, levantamos muito cedinho para contemplar nosso ultimo nascer do sol ali perante o mar, pois no próximo já estaria na "selva de pedra" da cidade de São Paulo, queríamos aproveitar até o último. Logo chegam o Paulo e o seu Géra, o Paulo logo embarcou em um caiaque e foi visitar uma das ilhas próximas e a gente, contemplando a natureza ali em terra firme... ou melhor, areia firme.





















Chegado o momento de voltarmos para casa, entorpecidos pela endorfina que encharcava nossos corpos e mentes, simplesmente felizes por ter tido mais uma oportunidade de contemplar às obras do Senhor.
Embarcamos na Viação Reunidas, às 15:40 e descemos na "Selva" só que agora de pedra.
Agradeço à Deus por mais essa oportunidade de viver intensamente e aos amigos que acompanharam direta ou indiretamente esta cicloviagem.


Valeu galera.
Até o próximo pedal e fiquem com Deus. 
Amém.


Um pensamento:
"Não junte riqueza para dar herança ao seu filho, pois se ele for uma má pessoa não merecerá, se for um bom homem não necessitará, viva intensamente a SUA vida."






2 comentários:

  1. muito boa as fotos.. e mais um show de cicloviagem..
    parabéns

    Abraços

    Alex

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  2. Muito legal!!!

    Parabéns pelo pedal e pelas imagens maravilhosas.

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